sábado, janeiro 22

LEC 7

Exercícios da semana - 7

Imagine que o “Texto 1”, escrito para o “Exercício 6” (na semana passada, escrita homodiegética), era apenas o início de uma longa história cuja complicação afinal é longa e cujo desfecho é seguramente inimaginável. Dessa narrativa possível, redija apenas a parte correspondente ao “clímax” (não ultrapasse um máximo de doze a quinze linhas).

Trabalho:

Caminho em direcção ao elevador acompanhada pelo eco dos meus passos no cimento. Enquanto espero que ele chegue noto no chão uma mancha escura, parece um pingo de ferrugem. Quando a porta se abre já me esqueci da mancha mas relembro-a logo porque vejo marcas de dedadas da mesma cor, mas mais viva, junto ao botão do terceiro andar e no chão. Carrego com todo o cuidado no botão evitando o contacto com a substância que, agora com luz e mais de perto, parece ser sangue. 
O elevador pára, a porta abre-se, antes de sair olho para o chão e vislumbro nele, à fraca luz do exterior, não manchas mas pequenas poças da mesma substância, cada vez mais penso em sangue, não sei se devo sair do elevador, o pânico começa a crescer, sinto-o em ondas, sufoco um grito, não vejo vivalma, alcanço o interruptor e o hall ilumina-se. Agora vejo nitidamente que há manchas em ziguezagues que vão até à esquina. Não sei se avanço ou não, continuo com medo, sinto uma presença na zona que não consigo ver, mas não posso continuar ali, posso correr perigo, podem ter assaltado alguém do prédio, preciso arriscar e alcançar a minha porta e a segurança do meu apartamento. Avanço em direcção à porta e, de repente, vejo-o no chão.

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