domingo, março 1

O Navegador da Passagem

Terminei já há alguns dias a leitura do último livro de Deana Barroqueiro, O Navegador da Passagem, mas só agora tive um bocadinho para escrever sobre ele.
Achei mais emocionante o livro anterior, D. Sebastião e o Vidente, mas acho que isso se deve à curiosidade que a figura de D. Sebastião gera.
Neste livro cujo protagonista é Bartolomeu Dias, o navegador que dobrou pela primeira vez o Cabo das Tormentas, depois rebaptizado de Cabo da Boa Esperança, a autora, com a minúcia a que já nos habituou conta a vida deste homem que participou também na viagem de Vasco da Gama à Índia e na de Pedro Álvares Cabral ao descobrir o Brasil.
Num livro que prende, desenrola-se a teia de recordações de Bartolomeu Dias que se enreda com a descrição da viagem de descoberta da passagem e com o amor que nasce e não pode existir, a luta de consciência, a luta entre a lealdade a D. João II, o cumprir as ordens mesmo estando contra e a paixão e a compaixão também.
É notável a descrição dos ambientes, da vida a bordo das naus, de tal maneira que conseguimos visualizar e tomar consciência da dureza daqueles dias.
Um livro a não perder.
Fico à espera de novo livro, Deana.

1 comentário:

Deana Barroqueiro disse...

Obrigada, minha querida e fiel leitora, pelas suas palavras e por ter gostado do meu livro. Só agora li o seu blogue, por isso lhe agradeço tão tarde.
Eu também prefiro o D. Sebastião e o Vidente, mas há muitos leitores que gostam mais d'O Navegador da Passagem. De facto são dois livros completamente diferentes e eu pretendi, neste último, render homenagem aos marinheiros anónimos que sofreram tormentos terríveis e mesmo a morte, nas caravelas de descobrir e cujo exemplo maior é Bartolomeu Dias de quem se sabe muito pouco e no entanto fez uma das viagens mais importantes de todos os tempos, além de ter participado nas outras duas, de maior brado, a do Vasco da Gama e a do Cabral.
Imaginei-o assim, sofrido, injustiçado, melancólico - um homem lunar!
Agora tenho em mãos, o oposto, um homem das Arábias, solar, capaz de remover céu e terra para conseguir o que se propõe. Um Indiana Jones e James Bond português do Séc. XV, num livro completamente diferente dos dois últimos. Que dirão os meus leitores? Saberei lá para Setembro... E terei grandes novidades.
Um beijo de amizade
Deana Barroqueiro